Em Fernando de Noronha

Em Fernando de Noronha
Morro Dois Irmãos, o mais famoso cartão-postal de Noronha. Um paraíso

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mi Buenos Aires Querido

Esses dias, minha esposa Vanessa e eu, acompanhados de meu cunhado Daniel e da minha concunhada Juliane, fomos dar um passeio em Buenos Aires. Foi daquelas viagens decididas sem muito pensar. Estávamos com vontade, entramos no site da Gol e tivemos sorte: achamos passagens a “130 pila” (gaúcho não coloca plural nessa unidade monetária que nem existe mesmo). Compramos as passagens, reservamos quartos no Residencial Da Vince, na Recoleta, e nos fomos, dia 17 de setembro, cheios da vontade de conhecer “mi Buenos Aires querido”. Foram menos de três dias por lá, mas valeu à pena.


Pernas pra que te quero

Andamos muito pela capital argentina. Pela Recoleta e bairros vizinhos e Caminito e Puerto Madero... É muito bom circular por Buenos Aires. A impressão que se tem é de que é tranquilo. Se não é, nos arriscamos, pois passamos por várias ruas um tanto quanto escuras (algumas lembram aquelas mais sinistras do Centro de Porto Alegre). Mal chegamos na sexta e caímos na rua, para conhecer tudo o que podia. Como diria minha mãe, tínhamos que “aprudir” tudo (aprudir significa, mais ou menos, aproveitar, não perder nada, não desperdiçar).


À noite, no famoso obelisco
Sem exageros

Como o tempo era curto e o dinheiro estava na mesma proporção, não fizemos lá muita
extravagância. No sábado, fizemos um mini-citytour com um taxista torcedor do Vélez Sarsfield,  passando pela Casa Rosada, Catedral, Puerto Madero, La Boca e, como não poderia faltar, La bombonera e o Caminito, para comprar os “regalos” e “las artesanias”. Voltamos de ônibus para o hotel (leve moeda, caso queira andar em um deles, pois não tem cobrador) e saímos novamente, a pé, até o Hard Rock, também na Recoleta. Depois, jantamos em Puerto Madero (macarrão pra todo mundo, assim como na sexta-feira) e voltamos, mortos de cansados, dessa vez de táxi (é barato andar com esse meio de transporte lá, e os taxistas vão dos simpáticos aos antipáticos, passando pelos exóticos que conhecem cantores brasileiros que nunca ouvimos falar). No domingo, fomos a Tigre de trem (vale um destaque abaixo), retornamos de trem, descemos em Belgrano onde a Ju achou o seu abrigo da Adidas e pegamos um sub até o Centro (hora de comprar os alfajores para trazer para a família e mais alguns “regalitos”). Com uma sacolada nas mãos, fomos – caminhando, claro – até o hotel. Largamos tudo e, mais uma vez, pernas pra que te quero... A pé, achamos, depois de muito circular, o famoso Café Tortoni (pra quem acha que só tem coisas caras, uma boa notícia: tem pra todos os preços). Depois de comermos, sem aguentar mais caminhar, pegamos o táxi e voltamos para o hotel. No outro dia, o avião era bem cedo para Porto Alegre.


Caminito
Hora de los regalos

O Caminito é um dos lugares mais legais pelos quais passamos (alguns viajantes metidos torcem o nariz para o bairro, querendo dizer que é programa menor passar por lá). A atmosfera do lugar, com muitos turistas nas ruas comprando ou nos bares bebendo e comendo é muito agradável. Em alguns restaurantes, casais dançam tango ou grupos fazem apresentações de outras danças folclóricas. Tinha um moleque dançando malambo como poucos. No Caminito, é hora de comprar aquelas lembrancinhas para os parentes que não podem faltar em nenhuma viagem. Sua avó ficará feliz de ser lembrada, rapaz.


Parrillada

Mais bonito do que gostoso
Chegamos ao Caminito decididos que iríamos nos esbaldar na parrillada, o assado típido da Argentina. Em vários restaurantes, o cheiro da carne era um convite. O visual, outro. Escolhemos um e entramos. Que decepção! Não sei se tivemos azar ou se todas são assim. Parece que os hermanos não colocam sal na carne de gado que, aliás, fica seca demais. De galinha, só veio um pedaço. O rim e as tripas não dão para encarar, de tão ruins. A morcilha (ou morcela) eu não consegui comer, mas é também questão de gosto pessoal (o Daniel mandou ver). Só gostei da “Cerveza Patagônia” e sua cor âmbar... pena que estava quente. Nunca mais a parrilhada me pega. Só se me convencerem que tivemos azar mesmo na nossa escolha.

  
Tigre
Com um dia de sol, o lugar é quase perfeito

Só tinha ouvido falar uma vez de Tigre, em uma reportagem do Jornal Hoje. No domingo, pegamos o trem (parece o de Porto Alegre, só que com aspecto de velho, mas barato) e fomos lá. A cidade fica na beira de vários canais do Delta do Rio Paraná e parece que os jovens todos de Buenos Aires vão pra lá. É muito agradével, com ruas arborizadas, um calçadão na beira de um dos canais ótimo para caminhar, pequenas praças, casas e restaurantes bonitos. O que destoa de tudo é, justamente, os canais... A água é preta, suja, poluída demais. Peixes mortos boiando e um cheiro ruim, em algumas partes. Mas, mesmo com isso, recomendo a quem for em Buenos Aires, tirar um dia para dar um passeio em Tigre. Só não recomendo o passeio de barco pelos canais. Não achei a menor graça, embora passe por locais bonitos. Vale mais a pena caminhar.


Dieguito é Deus

Tentamos roubar a taça do Maradona
Numa lojinha em frente a Bombonera, compramos chaveiros do Boca e do Inter com a forma da taça da Libertadores. Na hora de tirar uma foto com a estátua do Maradona, um cabeludo que atende na loja não deixou que eu ficasse atrás do Deus deles. Achou que tava encoxando o Dieguito. Tudo bem. Antes, eu havia perguntado para o taxista se poderia gritar “Maradona Maricón”. Achei que iria agradar, pois ele é torcedor do Vélez. Que nada! Ele fez uma cara e acho que só não mandou a gente descer porque precisava dos pesos da corrida.


Alfajor

O alfajor está para a Argentina assim como o acarajé está para a Bahia ou o churrasco para os gaúchos. É impossível contar quantas marcas tem do produto nas lojas. São muitas (aliás, o que tem de loja que vendem doces por lá é uma grandeza). Experimentei e gostei de dois, em especial: do famoso Havanna e do El Cachafaz. Achei os dois muito bons, mas parecia que o Cachafaz era melhor. Só que acabei trazendo o Havanna, por ser famoso. Pra quem não sabe, uma revelação: o alfajor branco da Havanna não é coberto com chocolate branco, mas sim por um merengue. Não gostei! Falando em não gostar, o alfajor de marmelada da mesma marca também é coberto por tal merengue. Já o de café é muito bom.

5 comentários:

  1. Da hermana não sei, mas a parrillada uruguaia também me decepcionou pacas. E pela tua descrição, é a mesma coisa.

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  2. Quanto à Parrillada, foi a maior decepção gastronômica que já tive, linda, tentadora, mas não saborosa...Para o meu alento este foi o único dissabor desta viagem que recomendo a todos. Uma dica: não planeje muito, vá!!

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  3. Nesta loja do Boca, logo que se chega na entrada há uma placa escrito: "No aceptamos malos comentarios acerca de Maradona"...os hermanos adoram o Dieguito hehehe...muito legal o estádio, que fica no bairro mais interessante ainda, o Caminito!!

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  4. Mas ah!!! Esse blog já está nos meus favoritos. :) Buenos Aires, tudo de bom!!! Abraço DJ!!!

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  5. Concordo com o Daniel, dentro do possível, não planeje muito, apenas vá. Assim as expectativas são superadas e a lembraça do passeio fica para sempre!
    Para quem pretende ir à Tigre segue uma dica:o passeio de barco não é tão interessante quanto parece. Prefira ficar em terra e curta mais a cidade.

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